sábado, 17 de maio de 2008

Lobby de deputados na Cesp é investigado




José Ernesto Credencio
Diego Braga Norte
Folha de São Paulo
17 de maio de 2008

O Ministério Público de São Paulo suspeita que o grupo desconjuntado com a Operação Mexilhão Dourado tenha desviado verbas de aproximadamente R$58 milhões da Cesp. Essa operação foi realizada em dezembro de 2007 pela Polícia Civil e prendeu 36 pessoas que estariam envolvidas no desvio de recursos do convênio firmado entre a Companhia Energética do Estado de São Paulo (CESP) e a Prefeitura de Rosana. O grupo fraudava licitações e utilizava notas fiscais falsas para justificar os pagamentos.
Há agora indícios da participação dos deputados federais Antônio Carlos de Mendes Thame (PSDB), Vadão Gomes (PP), Abelardo Camarinha (PSB) e Dr. Talmir(PV).O empresário Rogério Phellippe, proprietário de uma das empresas envolvidas, que está preso, informou que auxiliou a campanha eleitoral dos deputados mencionados, em troca de ser recebido por diretores de estatais e bancos. Todos os congressistas denunciados pelo empresário, que foram localizados pelos repórteres, negaram recebimento das doações.
Mais uma vez, percebemos a imparcialidade na notícia e disponibilidade do espaço aos envolvidos, buscando-se a informação limpa e real. Vemos os autores do texto absortos na explanação de todas as possibilidades do caso. Não se utilizam especulações ou dados sensacionalistas, que muitas vezes observamos em alguns meios de comunicação, em busca da venda do jornal. Primam pelo embasamento das informações apresentadas na investigação da Justiça.
E é por isso que nós, brasileiros, devemos lutar, para que a corrupção tenha um fim, que a justiça realmente seja efetiva e a impunidade acabe. A corrupção só prospera porque a lei não é cumprida; o dinheiro desviado nunca retorna aos cofres públicos. A população não pode continuar se conformando, achando que esse problema é do outro. Ele é de todos nós, afeta diretamente o nosso bolso. Não podemos mais continuar dormindo em berço esplêndido. ACORDA BRASIL!

sábado, 3 de maio de 2008

PF prende outro do Credit Suisse por evasão




MÁRIO CÉSAR CARVALHO
Folha de São Paulo
24 de abril de 2008



A Polícia Federal prendeu Christian Peter Weiss, executivo do Banco Credit Suisse, surpreendido tentando captar clientes no mercado nacional para abertura de contas na Suíça. Ele é acusado de operar sem autorização do Banco Central, de promover evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Em 2006, Peter Schaffner , economista da mesma instituição, também foi preso. Naquela época, o escritório do Credit Suisse que operava na Faria Lima, teve seu funcionamento encerrado. Entretanto, o fechamento do escritório não significou o fim da ilegalidade no Brasil, segundo a polícia. Eles passaram então a usar dois esquemas: condução de clientes ao Uruguai para abertura das contas ou envio de executivos ao Brasil para captar clientes. A Procuradoria impetrou pedido de prisão contra Weiss, frisando ser o Credit reincidente nesse tipo de crime. A empresa nega operar sem autorização. Entretanto, para a Justiça, a instituição executa remessas ilegais no Brasil há onze anos.
Novamente, vemos a reportagem primando pela informação exposta em todos os seus ângulos, onde a imparcialidade em prol da verdade deva ser a tônica ao leitor. Assim, não apenas uma ocorrência pontual é apresentada, mas todo um histórico vinculado ao fato. Infelizmente, o Brasil é avaliado como o país da impunidade e onde todos querem levar vantagem. Logo esse conjunto traz a corrupção à tona. Então, instuições internacionais percebem um caminho fácil e lucrativo a ser trilhado. Entretanto, algo no Brasil é realizado com licitude; a PF trabalha de maneira exemplar. Agora, vamos ver se o sistema judiciário funciona e pune adequadamente tanta devassidão. Brasil, precisamos mostrar nossa cara limpa, honesta e cheio de orgulho da nação.

Lobby de prefeituras suspeitas de fraude chegou ao TRF, diz PF


Frederico Vasconcelos e
Paulo Peixoto

Folha de São Paulo
21 de abril de 2008

As apurações da Operação Pasárgada sobre desvio de verba do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) revelam que houve tentativa de influenciar nas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Essas tentativas de tráfico de influência, de acordo com as investigações, não obtiveram resultados positivos no âmbito do TRF-1. Entretanto, em Belo Horizonte, dois juízes federais,Weliton Militão e Ângela Maria Cardoso Catão, foram alvos de busca e apreensão judiciais, por suspeita de envolvimento em esquemas de lobby de prefeituras.
A juíza Ângela Catão rebateu todas as acusações de favorecimento, informando que às liminares concedidas foram por convicção legal. Relatou também estar sendo vítima de “perseguição” e “má-fé”. O juiz Weliton Militão, alvo mais feroz das acusações, com escutas telefônicas que comprovam as irregularidades e prisão preventiva decretada, preferiu não se manifestar.
Os repórteres utilizaram de imparcialidade, riqueza de informações, possibilidade de defesa aos acusados, visando apresentação da matéria de modo elucidativo e objetivo. Pautaram-se em ampliar ao máximo os relatos do caso, nomeando as pessoas envolvidas, mas sem apresentar parcialidade, expondo todos os lados do fato. Assim, vemos nessa reportagem uma importante característica que sempre deverá estar presente no administrator, uma visão macro e micro dos fatos, na qual as informações e os dados são essenciais para uma análise correta e uma tomada de decisão eficiente.
A Operação Pasárgada puxou o fio de um novelo enorme de ilícitos que estão presentes na administração pública. Que este não seja mais um crime a se calar pela impunidade.

Operação Pasárgada - Bejani é denunciado e poderá responder a processo penal





http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=78060
AMÁLIA GOULART
Jornal O Tempo
03/05/2008



O prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB), foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por posse ilegal de armas. Esta foi a primeira denúncia formal contra um prefeito preso na operação Pasárgada apresentada à Justiça. O Ministério Público Federal deverá apresentar, na próxima semana ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, denúncias contra os 17 prefeitos presos na operação Pasárgada,realizada pela Polícia Federal (PF) no dia 9 de abril . Eles são suspeitos de desbloquear ilegalmente dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).A situação de Bejani é mais complicada, pois a PF encontrou em sua residência três armas sem registro. Esta acusação ficou então a cargo do Ministério Público Estadual. O inquérito não corre em segredo de justiça. Se condenado, o prefeito Alberto Bejani pode pegar de três a seis anos de reclusão e ainda ter que pagar uma multa.

A autora do texto expõe a situação específica do prefeito Alberto Bejani e faz uma comparação com a situação dos demais prefeitos envolvidos na operação. Informa de maneira imparcial os fatos ocorridos e o desenrolar dos acontecimentos. Dá voz aos dois lados, tanto do acusado, quanto da Polícia Federal.
A nós, cidadãos, caberá uma reflexão, que apesar de não ser proposta pela autora, é inerente ao caso: Como pode sempre existir uma explicação para todo ilícito público? Será que estamos cegos ou não queremos ver a realidade?
Quem sabe ao menos a falta de permissão para porte de armas condene toda uma improbidade administrativa; pois roubar os cofres públicos, pelo que já percebemos, nunca é punido.

PF vê em cheques pista de desvios do BNDES




MÁRIO CÉSAR CARVALHO
Folha de São Paulo
1º de maio de 2008


A Polícia Federal apreendeu cópias de dois cheques que comprovam, na análise dos delegados, a hipótese de que uma “casa de prostituição” era utilizada para “lavagem de dinheiro” desviado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Entre os beneficiados dos recursos desviados estariam o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, e o advogado Ricardo Tosto. Junto às cópias dos cheques foram encontrados papéis com as inicias PA e RT, o que reforça o envolvimento dos dois na suposta quadrilha. O grupo intermediava a liberação de recursos do BNDES, através da influência política de Paulinho e Tosto. Do valor emprestado, o grupo ficava com um percentual de 2% a 4%, segundo informações dos policiais. A empresa WE Bar e Restaurante seria fachada do prostíbulo WE, servindo para legalizar os recursos desviados, e, posteriormente, distribuí-los aos membros do esquema, na visão da PF.

Nesta reportagem, observa-se uma posição imparcial e objetiva dos fatos e informações obtidas, as quais são todas fundamentadas e apoiadas em investigações e posicionamentos da Polícia Federal. O autor expõe a notícia com a máxima clareza, relatando todo o ciclo do esquema de desvio de recursos, com os esclarecimentos necessários ao tema, embasado sempre nos dados apresentados pela PF.
Outros meios de comunicação reforçam o esquema apresentado, que é só mais um entre os tantos que aparecem constantemente nos noticiários de tevê, internet e mídia impressa.
Os cofres públicos, mais uma vez, são lesados vultosamente e, entre os envolvidos, aparentemente encontra-se um representante do povo, eleito pelo voto direto. Logo, compete primariamente ao cidadão o voto consciente e a fiscalização dos eleitos.