sábado, 3 de maio de 2008

Lobby de prefeituras suspeitas de fraude chegou ao TRF, diz PF


Frederico Vasconcelos e
Paulo Peixoto

Folha de São Paulo
21 de abril de 2008

As apurações da Operação Pasárgada sobre desvio de verba do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) revelam que houve tentativa de influenciar nas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Essas tentativas de tráfico de influência, de acordo com as investigações, não obtiveram resultados positivos no âmbito do TRF-1. Entretanto, em Belo Horizonte, dois juízes federais,Weliton Militão e Ângela Maria Cardoso Catão, foram alvos de busca e apreensão judiciais, por suspeita de envolvimento em esquemas de lobby de prefeituras.
A juíza Ângela Catão rebateu todas as acusações de favorecimento, informando que às liminares concedidas foram por convicção legal. Relatou também estar sendo vítima de “perseguição” e “má-fé”. O juiz Weliton Militão, alvo mais feroz das acusações, com escutas telefônicas que comprovam as irregularidades e prisão preventiva decretada, preferiu não se manifestar.
Os repórteres utilizaram de imparcialidade, riqueza de informações, possibilidade de defesa aos acusados, visando apresentação da matéria de modo elucidativo e objetivo. Pautaram-se em ampliar ao máximo os relatos do caso, nomeando as pessoas envolvidas, mas sem apresentar parcialidade, expondo todos os lados do fato. Assim, vemos nessa reportagem uma importante característica que sempre deverá estar presente no administrator, uma visão macro e micro dos fatos, na qual as informações e os dados são essenciais para uma análise correta e uma tomada de decisão eficiente.
A Operação Pasárgada puxou o fio de um novelo enorme de ilícitos que estão presentes na administração pública. Que este não seja mais um crime a se calar pela impunidade.

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